"Recebi uma mensagem da prof.: 'como você está?' "

por Carla Lopes da Costa, estudante do curso de pedagogia da UFPA

Sempre morei em Vila-Maú interior de Marapanim, trabalhava como orientadora social dos idosos pela secretaria de assistência social de Marapanim, onde fazia atividades de dança, artesanato, passeio, entre outros. Aí fui aprovada na Universidade Federal do Pará (UFPA), nossa!!! Foi uma felicidade enorme. Tive que deixar meu emprego, minha casa, minha família, meus amigos... todos e tudo em Vila Maú e ir morar em Belém, fazer a Federal 😍. No começo chorava com medo de morar sozinha e saudades da minha vila, depois fui acostumando, e gostando de tudo o que a UFPA me proporciona, mesmo reclamando dos trabalhos, do cansaço, eu amo a UFPA. E então veio essa pandemia e tudo mudou, as aulas foram suspensas e, como em Belém sou sustentada por minha mãe, tive que nesse momento voltar e esperar tudo se normalizar aqui em Vila Maú, pois mamãe não podia estar com duas despesas. Eu entendi e aceitei a solução que mamãe achou no momento que estamos vivendo. Ela recebe o Bolsa Família e então ganhou o auxílio emergencial do governo federal, que foi muito válido aqui em casa, foi o que nos "salvou".

Focar nos estudos tem sido difícil mas estou tentando, lendo os textos que os professores já tinham repassado a nós. Acesso a Internet até tenho, porém não tão boa o quanto precisava.

Medo, ansiedade, angústia, indecisões, tudo isso senti nesses dias, até que recebi uma mensagem da professora Lúcia (que não conhecia e ainda vou conhecer pessoalmente ), que me fez a pergunta que não esperava "como você está nesses dias ?" , então enfim eu abri meu coração e aliviei tudo o que estava sentindo. Ela me ofereceu uma ajuda financeira que me ajudou muito, porém a ajuda no meu bem-estar foi de um valor imensurável, me deu esperança de dias melhores e que tudo voltará ao normal e que eu, sim, vou conseguir me formar🤞🏻☘, que é a esperança de ter uma vida confortável para mim e minha família.

Eu amo estar e ser de Vila Maú. Mas o agora, nas circunstâncias, me deixa triste. Queria estar aqui por vontade própria, e não obrigada por um vírus mortal, ou estar em Belém se tivesse condições financeiras. Mas não posso reclamar muito, pois está difícil sim, no entanto não está impossível de viver bem.